“Música demasiadamente conhecida, mas sempre nova,
dada a sua simplicidade. Uma melodia de origem oriental e não espanhola, que se
enrola em si própria, que aumenta de volume e de intensidade, devorando o
espaço sonoro e envolvendo a melodia no final”. — Maurice
Béjart
Bolero (Boléro, no título
original francês) é uma obra musical de um único movimento escrita para
orquestra pelo compositor e pianista francês (Joseph) Maurice Ravel.
Originalmente composta para um ballet, teve sua premiére, em 1928, e é considerada a obra mais famosa de Ravel e uma das mais célebres obras musicais de todos os tempos.
Originalmente composta para um ballet, teve sua premiére, em 1928, e é considerada a obra mais famosa de Ravel e uma das mais célebres obras musicais de todos os tempos.
A história do Bolero remonta a
1927 e provém de um pedido da dançarina russa Ida Rubinstein que encomendou a Ravel a criação de um “ballet a caráter espanhol”, para montar sua companhia “Les Ballets Ida Rubinstein” e competir com o coreógrafo Serguei
Diaguilev.
A estreia deu-se em Paris, na Ópera Garnier, em 22 de Novembro de 1928 sob direção de Walther Straram, com coreografia de Bronislava Nijinska e cenários de Alexandre Benois e Ida Rubinstein como uma das dançarinas. A peça causou escândalo devido à sensualidade da coreografia.
A estreia deu-se em Paris, na Ópera Garnier, em 22 de Novembro de 1928 sob direção de Walther Straram, com coreografia de Bronislava Nijinska e cenários de Alexandre Benois e Ida Rubinstein como uma das dançarinas. A peça causou escândalo devido à sensualidade da coreografia.
Com imediato êxito e rápida difusão universal o Bolero
se converteu num dos expoentes da música do século 20, muito embora Ravel o tenha considerado como um simples estudo de
orquestração. O Bolero esconde grande originalidade e, em sua versão de
concerto, chegou a ser uma das obras musicais mais interpretadas a ponto de
permanecer, até 1993, em primeiro lugar na classificação mundial de direitos da
Sociedade dos Autores, Compositores e
Editores de Música (SACEM).
Gravou-o pela primeira vez, em
janeiro de 1930, com a orquestra dos “Concerts
Lamoureux”. Os regentes, que viam na obra um terreno fértil e uma fonte
fácil de glória, logo se ocuparam do Bolero, deixando Ravel surpreendido com a divulgação e
popularidade da obra, muito devido às variações de numerosos maestros,
incluindo Willem Mengelberg e o grande maestro italiano Arturo
Toscanini que à frente da Filarmônica de
Nova York, tomou a liberdade de interpretar com andamento duas vezes mais
rápido que o prescrito, especialmente no final.
Ravel, em 1931, comentou: “Devo dizer que o Bolero raramente é regido
como penso que deveria ser. Digo, o Bolero deve ser executado em tempo único do
início ao fim, no estilo queixoso e monótono das melodias árabe-espanholas...”
O Bolero foi logo
interpretado em muitas transmissões radiofónicas e, em 1934, o estúdio
Paramount produziu um filme, protagonizado por Carole Lombard e George Raft, intitulado Bolero, em que a música
desempenha importante papel. Já em 1961,
o dançarino e coreógrafo Maurice Béjart criou sua versão para o
Bolero, tornando-a uma de suas obras mais importantes.
Em 1970, uma montagem
extremamente fiel à idealizada pelo próprio Ravel, foi finalmente realizada por Maurice Béjart para o seu ballet,
trazendo como solista um bailarino que, sito no centro do palco e praticamente
sem sair do lugar, consegue submeter à sua volta, num “grande círculo de transe”, inúmeros outros bailarinos.
Em 1980, a coreografia de
Béjart foi reproduzida pelo bailarino argentino Jorge Donn no filme Retratos
da Vida (Les uns et les autres), do diretor francês Claude Lelouch, que mergulhando na música e utilizando-se do ritmo
crescendo na música de Ravel, o bailarino consegue extravasar uma coreografia
de modo surpreendente, com movimentos ondulatórios do tronco e a marcação acentuada do ritmo com os pés,
sem contudo revelar uma finalidade ou qualquer interpretação de sentido, seja
de alegria, seja de dor, apenas exibir uma expressão facial desafetadamente
imóvel.
Beirando nove décadas de
existência, o Bolero de Ravel continua encantando pessoas nos teatros, nos museus, nas praças, nas ruas,
nas piscinas e até mesmo nos momentos de relax. De fato, a música, é,
talvez,
a arte que melhor pode expressar as
diversas possibilidades de sentimentos e sensações que estimulam a comunicação através de emoções e
pensamentos, os quais podem levar o
homem a refletir e enxergar outros horizontes, então, poder-se-ia dizer que cantar, dançar, relaxar, comer, ler,
trabalhar, exercitar-se, entre outros,
podem trazer melhores benefícios se acompanhados com música.
Pensando
nisso, selecionamos 4 momentos diferentes da apresentação da música Bolero de Ravel
que certamente vai fazer você
querer: dançar; balançar a cabeça; bater o pé — mesmo que tímidamente;
cantarolar e até mesmo assobiar — com direito a fechar os olhos do rosto e
abrir os da alma. Assim, não se
surpreenda, se de repente a “pulsação musical do Bolero” ficar
grudada em seu cérebro como “um chiclete”. O que fazer? Simplesmente relaxe e
desfrute de tudo de bom que esta melodia pode lhe trazer.
► Bolero de Ravel na Pinacoteca de São Paulo, Brasil, Flashmob Conservatoire de Paris, GURI & EMESP.
► Cena Final do filme El Bolero de Ravel - Les une et les autres de Claude Lelouch.
O amor pela música, a vida de três gerações dos horrores da segunda guerra mundial a Paris dos anos 80. A apoteose final: a música de Ravel, coreografia de Béjart, bailarino: Jorge Donn.
Bolero de Ravel, animação
digital 2D, direção de Simon Brethé, Universidade Federal de Minas Gerais —
Trabalho final de ateliê do curso Cinema de Animação da Escola de Belas Artes,
Departamento de Fotografia, Teatro e Cinema.