Os casos de zika e microcefalia
no Brasil aumentaram a preocupação com a picada do mosquito Aedes aegypti, o
mesmo que transmite também os vírus da dengue e da febre chikungunya.
Segundo a OMS (Organização
Mundial da Saúde) a emergência exige uma resposta urgente e única, com
vigilância máxima pelos governos de todo o mundo. A decisão deve acelerar ações
internacionais de cooperação (com financiamento e envio de pessoas) e de
pesquisa.
Mobilize sua família! Divulgue e
participe da luta contra o Aedes aegypti! Lembre-se: Um mosquito não é mais
forte que um país inteiro!
► Dengue
• O que é a dengue?
A dengue é uma
doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. No Brasil, foi
identificada pela primeira vez em 1986. Estima-se que 50 milhões de infecções
por dengue ocorram anualmente no mundo.
A principal forma
de transmissão é pela picada dos mosquitos Aedes aegypti. Há registros de
transmissão vertical (gestante - bebê) e por transfusão de sangue.
Existem quatro tipos diferentes de vírus do dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e
DEN-4.
• Quas são os sintomas da dengue?
A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença
grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a
febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias,
acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração,
fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.
Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da
doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor
abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas,
entre outros sintomas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde.
• Qual o tratamento para a dengue?
Não existe tratamento específico para dengue. O tratamento é feito para
aliviar os sintomas. Quando aparecer os sintomas, é importante procurar um
serviço de saúde mais próximo, fazer repouso e ingerir bastante líquido.
Importante não tomar medicamentos por conta própria.
• Como prevenir?
Ainda não existe vacina ou medicamentos contra dengue. Portanto, a única
forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o domicílio sempre limpo,
eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele
durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma
proteção às picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos.
Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções
do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção pra aqueles que dormem
durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).
• Como denunciar os focos do mosquito?
As ações de
controle da dengue ocorrem, principalmente, na esfera municipal. Quando o foco
do mosquito é detectado, e não pode ser eliminado pelos moradores de um
determinado local, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada.
► CHIKUNGUNYA
• O que é
Chikungunya?
A Febre
Chikungunya é uma doença transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. No
Brasil, a circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014.
Chikungunya significa "aqueles que se dobram" em swahili, um dos idiomas da
Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na
primeira epidemia documentada, na Tanzânia, localizada no leste da África,
entre 1952 e 1953.
Os principais
sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos
pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de
cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter
chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo
resto da vida.
Os sintomas
iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito. O mosquito adquire o
vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus
está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam
sintomas.
• Como é feito o tratamento?
Não existe vacina
ou tratamento específico para Chikungunya. Os sintomas são tratados com
medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares
(antiinflamatórios). Não é recomendado usar o ácido acetil salicílico (AAS)
devido ao risco de hemorragia. Recomenda‐se repouso absoluto ao paciente, que
deve beber líquidos em abundância.
• Como prevenir?
Assim como a
dengue, é fundamental que as pessoas reforcem as medidas de eliminação dos
criadouros de mosquitos nas suas casas e na vizinhança. Quando há notificação
de caso suspeito, as Secretarias Municipais de Saúde devem adotar ações de
eliminação de focos do mosquito nas áreas próximas à residência e ao local de
atendimento dos pacientes.
► ZIKA
O Zika é um vírus
transmitido pelo Aedes aegypti e identificado pela primeira vez no Brasil em
abril de 2015. O vírus Zika recebeu a mesma denominação do local de origem de
sua identificação em 1947, após detecção em macacos sentinelas para
monitoramento da febre amarela, na floresta Zika, em Uganda.
Cerca de 80% das
pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem manifestações clínicas. Os
principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas
articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos.
Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e
vômitos.
No geral, a evolução
da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias.
No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês.
Formas graves e
atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para
óbito, como identificado no mês de novembro de 2015, pela primeira vez na
história.
Observe o aparecimento
de sinais e sintomas de infecção por vírus Zika e busque um serviço de saúde
para atendimento, caso necessário.
O principal modo de
transmissão descrito do vírus é pela picada do Aedes aegypti. Outras
possíveis formas de transmissão do vírus Zika precisam ser avaliadas com mais
profundidade, com base em estudos científicos.
Não há evidências de
transmissão do vírus Zika por meio do leite materno, assim como por urina,
saliva e sêmen. Conforme estudos aplicados na Polinésia Francesa, não foi
identificada a replicação do vírus em amostras do leite, assim como a doença
não pode ser classificada como sexualmente transmissível. Também não há
descrição de transmissão por saliva.
Não existe tratamento
específico para a infecção pelo vírus Zika. Também não há vacina contra o
vírus. O tratamento recomendado para os casos sintomáticos é baseado no uso de
acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da
dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados.
Não se recomenda o uso
de ácido acetilsalicílico (AAS) e outros anti-inflamatórios, em função do risco
aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por outros
flavivírus. Os casos suspeitos devem ser tratados como dengue, devido à sua
maior frequência e gravidade conhecida.
→ Utilize telas em janelas e portas, use roupas
compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo
expostas, aplique repelente nessas áreas.
→ Fique, preferencialmente, em locais com telas
de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
Cuidados
→ Caso observe o aparecimento de manchas
vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, busque um serviço de saúde para
atendimento.
→ Não tome qualquer medicamento por conta
própria.
→ Procure orientação sobre planejamento
reprodutivo e os métodos contraceptivos nas Unidades Básicas de Saúde.
Informação
→ Utilize informações dos sites
institucionais, como o do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde.
→ Se deseja engravidar: busque orientação
com um profi ssional de saúde e tire todas as dúvidas para avaliar sua decisão.
→ Se não deseja engravidar: busque
métodos contraceptivos em uma Unidade Básica de Saúde.
→ Fique, preferencialmente, em locais com
telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
Cuidados
→ Busque uma Unidade Básica de Saúde para
iniciar o pré-natal assim que descobrir a gravidez e compareça às consultas
regularmente.
→ Vá às consultas às consultas uma vez
por mês até a 28ª semana de gravidez; a cada quinze dias entre a 28ª e a 36ª
semana; e semanalmente do início da 36ª semana até o nascimento do bebê.
→ Tome todas as vacinas indicadas para
gestantes.
→ Em caso de febre ou dor, procure um
serviço de saúde. Não tome qualquer medicamento por conta própria.
Informação
→ Se tiver dúvida, fale com o seu médico
ou com um profi ssional de saúde.
→ Relate ao seu médico qualquer sintoma
ou medicamento usado durante a gestação.
→ Leve sempre consigo a Caderneta da
Gestante, pois nela consta todo seu histórico de gestação.
→ Proteger o ambiente com telas em
janelas e portas, e procurar manter o bebê com uso contínuo de roupas compridas
– calças e blusas.
→ Manter o bebê em locais com telas de proteção,
mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
→ A
amamentação é indicada até o 2º ano de vida ou mais, sendo exclusiva nos
primeiros 6 meses de vida.
→ Caso se observem manchas vermelhas na
pele, olhos avermelhados ou febre, procurar um serviço de saúde.
→ Não dar ao bebê qualquer medicamento por conta
própria.
Informação
→ Após o nascimento, o bebê será avaliado pelo
profi ssional de saúde na maternidade. A medição da cabeça do bebê (perímetro
cefálico) faz parte dessa avaliação.
→ Além dos testes de Triagem Neonatal de Rotina
(teste de orelhinha, teste do pezinho e teste do olhinho), poderão ser
realizados outros exames.
→ Leve seu bebê a uma Unidade Básica de
Saúde para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento conforme o
calendário de consulta de puericultura.
→ Mantenha a vacinação em dia, de acordo com o
calendário vacinal da Caderneta da Criança.
• Cuidados com o
recém-nascido com microcefalia
→ Proteger o ambiente com telas em
janelas e portas, e procurar manter o bebê com uso contínuo de roupas compridas
– calças e blusas.
→ Manter o bebê em locais com telas de
proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
→ A amamentação é indicada até o 2º ano
de vida ou mais, sendo exclusiva nos primeiros 6 meses de vida.
→ Caso se observem manchas vermelhas na
pele, olhos avermelhados ou febre, procurar um serviço de saúde.
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→ Não dar ao bebê qualquer medicamento
por conta própria.
→ Leve seu bebê a uma Unidade Básica de
Saúde para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento conforme o
calendário de consulta de puericultura.
→ Mantenha a vacinação em dia, de acordo
com o calendário vacinal da Caderneta da Criança.
Informação
→ Além do acompanhamento de rotina na
Unidade Básica de Saúde, seu bebê precisa ser encaminhado para a estimulação
precoce.
→ Caso o bebê apresente alterações ou
complicações (neurológicas, motoras ou respiratórias, entre outras), o
acompanhamento por diferentes especialistas poderá ser necessário, a depender
de cada caso.
• Quais as consequências para um bebê se
ele for picado e tiver zika?
Entre pessoas
infectadas pelo vírus Zika (adultos e crianças), cerca de 80% não desenvolvem
sintomas, sejam adultos ou crianças. Dentre essas pessoas, apenas uma pequena
parcela pode vir a desenvolver algum tipo de complicação, que deverá ser
avaliada pelos médicos, uma vez que o Zika é uma doença nova e suas
complicações ainda não foram descritas.
Os estudos sobre
possíveis formas de transmissão do vírus Zika precisam ser avaliados com mais
profundidade. Essas análises devem vir acompanhadas de trabalhos científicos
para que o Ministério da Saúde possa passar à população orientações seguras
sobre a transmissão do vírus. O Ministério da Saúde vem acompanhando a situação
do vírus Zika no mundo, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde
(Opas/OMS) e outros organismos internacionais.
Outros vírus
parecidos com o Zika geram imunidade para a vida inteira. Quem já teve dengue
pelo vírus 1, por exemplo, não voltará a ter pelo mesmo vírus. O mesmo acontece
com a febre amarela. Porém, ainda não há estudos suficientes para afirmar isso
em relação ao vírus Zika.
►VÍRUS ZIKA X MICROCEFALIA
• O que é a microcefalia?
Microcefalia é uma malformação congênita, em que o
cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem
com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, ou seja, igual ou inferior a 32
cm. Essa malformação congênita pode ser efeito de uma série de fatores de
diferentes origens, como substâncias químicas e agentes biológicos
(infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
O Ministério da Saúde
confirmou a relação entre o vírus Zika e a microcefalia. O Instituto Evandro
Chagas, órgão do ministério em Belém (PA), encaminhou o resultado de exames
realizados em um bebê, nascida no Ceará, com microcefalia e outras malformações
congênitas. Em amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do
vírus Zika. Essa é uma situação inédita na pesquisa científica mundial.
As investigações sobre
o tema, entretanto, continuam em andamento para esclarecer questões como a
transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto
e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Em análise inicial, o risco
está associado aos primeiros três meses de gravidez. O achado reforça o chamado
para uma mobilização nacional para conter o mosquito transmissor, o Aedes
aegypti, responsável pela disseminação doença.
Após o nascimento do
recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito
em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para
se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Também é possível diagnosticar
a microcefalia no pré-natal. Entretanto, somente o médico que está acompanhando
a grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado.
Ao nascimento, os
bebês com suspeita de microcefalia serão submetidos a exame físico e medição do
perímetro cefálico. São considerados microcefálicos os bebês a termo com
perímetro cefálico menor de 32 centímetros. Eles serão submetidos a exames
neurológicos e de imagem, sendo a Ultrassonografia Transfontanela a primeira
opção indicada, e, a tomografia, quando a moleira estiver fechada. Entre os
prematuros, são considerados microcefálicos os nascidos com perímetro cefálico
menor que dois desvios padrões.
Não há tratamento
específico para a microcefalia. Existem ações de suporte que podem auxiliar no
desenvolvimento do bebê e da criança, e este acompanhamento é preconizado pelo
Sistema Único da Saúde (SUS).
Para orientar o
atendimento desde o pré-natal até o desenvolvimento da criança com
microcefalia, o Ministério da Saúde desenvolveu o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia
Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika. O documento prevê a mobilização de
gestores, especialistas e profissionais de saúde para promover a identificação
precoce e os cuidados especializados da gestante e do bebê.
O Protocolo define
também as diretrizes para a estimulação precoce dos nascidos com microcefalia.
Todas as crianças com esta malformação congênita confirmada deverão ser
inseridas no Programa de Estimulação Precoce, desde o nascimento até os três
anos de idade, período em que o cérebro se desenvolve mais rapidamente.
A estimulação precoce visa à maximização do potencial de cada criança,
englobando o crescimento físico e a maturação neurológica, comportamental,
cognitiva, social e afetiva, que poderão ser prejudicados pela microcefalia.
Os nascidos com microcefalia receberão a estimulação precoce em serviços de
reabilitação distribuídos em todo o país, nos Centros Especializado de
Reabilitação (CER), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) e Ambulatórios de
Seguimento de Recém-Nascidos.
• A microcefalia pode
levar a óbito ou deixar sequelas?
Cerca de 90% das
microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem
familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de
gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os
primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
A Polinésia Francesa
notificou um aumento incomum de pelo menos 17 casos de malformações do Sistema
Nervoso Central em fetos e recém-nascidos durante 2014-2015, coincidindo com o
surto de Zika vírus nas ilhas da Polinésia Francesa.
Nenhuma das gestantes relataram
sinais de infecção pelo vírus Zika, mas em quatro testadas foram encontrados
anticorpos (IgG) para flavivírus em sorologia, sugerindo infecção
assintomática. Do mesmo modo que no Brasil, as autoridades de saúde da
Polinésia Francesa também acreditam que o vírus Zika pode estar associado às
anomalias congênitas, caso as gestantes estivessem infectadas durante o
primeiro ou segundo trimestre de gestação.
Pelo relatado dos
casos até o momento, as gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia
tiveram sintomas do vírus Zika no primeiro trimestre da gravidez. No entanto, o
cuidado para não entrar em contato com o mosquito Aedes aegypti é para
todo o período da gestação.
O Ministério da Saúde
reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos
profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames
previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer
alteração que perceberem durante a gestação.
Também é importante
que elas reforcem as medidas de prevenção ao mosquito Aedes aegypti, com
o uso de repelentes indicados para o período de gestação, uso de roupas de
manga comprida e todas as outras medidas para evitar o contato com mosquitos,
além de evitar o acúmulo de água parada em casa ou no trabalho. Independente do
destino ou motivo, toda grávida deve consultar o seu médico antes de viajar.
• Neste momento, qual
é a recomendação do ministério da saúde para gestores e profissionais de saúde?
É importante que os
profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro
cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de
microcefalia no registro de nascimento no Sistema de Informações sobre Nascidos
Vivos (SINASC).
Por ser uma fonte de
contato direto com a população, os profissionais também devem reforçar o alerta
sobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito da dengue, e orientar
as gestantes sobre as medidas individuais de proteção contra o Aedes aegypti.
Além da notificação no Sinasc, o Ministério da Saúde enviou orientação para que
seja feito o registro em uma ficha específica, adotada de maneira excepcional,
que trás mais detalhes dos casos que serão investigados.
► SAIBA TAMBÉM
O Aedes aegypti é um
mosquito doméstico, vive dentro de casa e perto do homem. Ele tem hábitos
diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer.
A reprodução acontece
em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são
colocados em água limpa e parada e distribuídos por diversos criadouros –
estratégia que garante a dispersão da espécie. Se a fêmea estiver infectada
pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a possibilidade de
as larvas já nascerem com o vírus – a chamada transmissão vertical.
A fêmea precisa de
sangue para a produção de ovos. Tanto o macho quanto a fêmea se alimentam de
substâncias que contêm açúcar (néctar, seiva, entre outros), mas como o macho
não produz ovos, não necessita de sangue.
Sim, porque o Aedes
aegypti pica as pessoas preferencialmente nas pernas e nos pés. Ele tem
rejeição à claridade e é atraído pelo calor, por isso teria preferência por
tecidos escuros. O importante é eliminar os criadouros do mosquito, para que
ele não circule.
O A.
aegypti é originário do Egito. A dispersão pelo mundo ocorreu da
África: primeiro da costa leste do continente para as Américas, depois da costa
oeste para a Ásia. O gênero Aedes só foi descrito em 1818.
Logo verificou- se que a espécie aegypti, descrita anos
antes, apresenta características morfológicas e biológicas semelhantes às de
espécies do gênero Aedes – e não às do já conhecido
gênero Culex. Então, foi estabelecido o nome Aedes aegypti.e.
O mosquito fêmea suga
sangue para produzir ovos. Se o mosquito da dengue estiver infectivo, poderá
transmitir o vírus da dengue neste processo. Em geral, mosquitos sugam uma só
pessoa a cada lote de ovos que produzem. Mas ele é capaz de picar mais de uma
pessoa para um mesmo lote de ovos que produz. Há relato de que um só mosquito
da dengue infectivo transmitiu dengue para cinco pessoas de uma mesma família,
no mesmo dia.
As teorias mais
aceitas indicam que o A.
aegypti tenha se disseminado da África para o continente
americano por embarcações que aportaram no Brasil para o tráfico de escravos.
Há registro da ocorrência da doença em Curitiba (PR) no final do século XIX e,
em Niterói (RJ), no início do século XX.
► MITOS E VERDADES
Não é verdadeira a
informação de relação entre a incidência do vírus Zika com os mosquitos
portadores da bactéria Wolbachia. Desde 2014, a Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolve o projeto
“Eliminar a Dengue: Desafio Brasil” que propõe o uso de uma bactéria
naturalmente encontrada no meio ambiente, inclusive no pernilongo, chamada
Wolbachia.
Evidência na
literatura nacional e internacional de que possam causar microcefalia.
Após aprovação em
testes de controle do laboratório produtor, cada lote de vacina é submetido à
análise no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) do
Ministério da Saúde. Desde 1983, os lotes por amostragem de imunobiológicos
adquiridos pelos programas oficiais de imunização vêm sendo analisados,
garantindo sua segurança, potência e estabilidade, antes de serem utilizados na
população.
Destaca-se que não há
relatado nesse sistema de notificação sobre microcefalia relacionada á
vacinação, bem como, não existe até o momento na literatura médica nacional e
internacional evidências sobre a associação do uso de vacinas
com a microcefalia.
Síndrome de
Guillain-Barré é uma reação a agentes infecciosos, como vírus e bactérias, e
tem como sintoma a fraqueza muscular e a paralisia dos músculos. Os
sintomas começam pelas pernas, podendo, em seguida, irradiar para o tronco,
braços e face.
Nesse último caso, a
síndrome pode levar à morte, caso não sejam adotadas as medidas de suporte
respiratório. O vírus Zika pode provocar também a Síndrome de Guillain-barré. A
Síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara. Assim como todas as possíveis
consequências do vírus Zika, a ocorrência da Guillain-Barré relacionada ao
vírus continua sendo investigada.
O Governo Federal vai
distribuir repelentes para todas as grávidas inscritas no programa Bolsa
Família. O Governo está em contato com os fabricantes de repelentes para
definir exatamente a quantidade que o setor pode fornecer.
• O ministério da saúde mudou o
parâmetro para identificar a microcefalia para esconder o número de casos?
Todos os casos de
crianças com microcefalia relacionada ao vírus Zika serão investigados. A
mudança para o parâmetro do perímetro cefálico igual ou menor de 32 centímetros
segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e é apoiada pela
Sociedade Brasileira de Genética Médica e com o suporte da equipe do SIAT
(Sistema Nacional de Informação sobre Agentes Teratogênicos).
Cabe esclarecer que o
Ministério da Saúde adotou a medida de 33 cm, que é totalmente normal para
crianças que nascem após 37 semanas gestacionais, com o objetivo de compreender
melhor a situação do aumento de casos de microcefalia. A partir da primeira
triagem desses casos suspeitos, muitos dos diagnósticos realizados precocemente
e preventivamente já foram descartados. Portanto, a nova medida visa agilizar
os procedimentos clínicos, sem descuidar dos bebês que fizeram parte da
primeira lista de casos notificados.
A Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, constatou a presença do
vírus Zika ativo (com potencial de provocar a infecção) em amostras de saliva e
de urina de pacientes. Mas isso não é suficiente para afirmar que é possível transmitir
o vírus pela saliva.
Serão necessários
outros estudos para analisar, por exemplo, qual o tempo de sobrevivência do
vírus Zika e, após passar pelos sucos gástricos, se tem capacidade de infectar
as pessoas. Neste momento, a recomendação é de cautela e de prevenção, com
orientações conhecidas para outras doenças, como evitar compartilhar objetos de
uso pessoal (escovas de dente e copos, por exemplo) e lavar as mãos. Os maiores
cuidados devem ser tomados pelas grávidas, que já devem se proteger contra o
mosquito Aedes aegypti.
O Ministério da
Saúde somente utiliza larvicidas recomendados pela Organização Mundial de Saúde
(OMS). Esses produtos passam por um rigoroso processo de avaliação da World
Health Organization Pesticed Evaluation Scheme (WHOPES). Não existe nenhum
estudo epidemiológico que comprove a associação do uso de pyriproxifen e a
microcefalia.
Algumas
localidades que não utilizam o pyriproxifen, por exemplo, também tiveram casos
de microcefalia notificados. O pyriproxifen é aprovado pela OMS e pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O Ministério da Saúde somente
recomenda a utilização de larvicidas em situações especiais, onde há
necessidade de armazenamento de água e os depósitos não podem ser protegidos
fisicamente.
Fonte:
http://combateaedes.saude.gov.br/index.php/tira-duvidas#dengue
Tags:
Dengue, mosquito, aedes aegypti, Chikungunya, zika, combate, repelente, gestantes, criança, prevenção.
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