O Dia Mundial da Alfabetização foi criado no ano de 1967 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). É comemorado em 08 de setembro e tem como objetivo principal estimular o processo de aprendizagem que representa um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento de qualquer país no mundo.
Até a década de 80 havia um consenso, entre profissionais da educação e leigos, sobre o significado da palavra alfabetização. “Alfabetização, sabiam todos, definia-se como o processo de ensinar e/ou aprender a ler e escrever e, alfabetizado, era aquele que aprendera a ler e escrever”.
Ao longo dos anos tem-se delegado à escola a função
de alfabetizar, atribuindo-lhe a tarefa de ensinar crianças, jovens e
adultos a ler e a escrever. Entretanto, o processo de alfabetização não se
resume apenas à aquisição das habilidades mecânicas do ato de ler e escrever, mas
da capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento. É também, um dos elementos responsáveis pelo desenvolvimento de um país, já que
quanto mais pessoas analfabetas, menor é o índice de desenvolvimento.
Se o analfabeto de ontem era o iletrado, não conhecedor do
alfabeto, o analfabeto de hoje é aquele indivíduo que mesmo sabendo ler não
consegue interpretar texto, ou seja, não entende o que leu. Por outro lado, no mundo de hoje, o analfabeto digital é um dos maiores obstáculos para a expansão das novas
tecnologias.
Atualmente, conforme
pesquisa realizada pela ONU, 781 milhões de adultos no mundo todo não sabem
ler, escrever ou contar, e cerca de 250 milhões de crianças são consideradas
analfabetas funcionais, isto é, passaram pela escola, mas não conseguem
compreender aquilo que leem. Esses números alarmantes apenas comprovam que o
desafio de alfabetizar e disseminar o conhecimento deve ser visto e revisto de imediato, ininterruptamente.
No Brasil, o
analfabetismo, aparece no final do século XIX, como uma questão política com a
reforma eleitoral de 1882, ao estabelecer a proibição do voto do analfabeto,
critério este que foi mantido pela Constituição republicana de 1891. É desse
período também o início de um discurso estatístico que começa a trabalhar taxas
de analfabetismo do Brasil em relação a outros países.
Cabe lembrar que, no Brasil, a comemoração acontece no dia 14 de
novembro, desde 1930, data da fundação
do Ministério da Educação e Saúde Pública. Foi uma importante conquista do
governo de Getúlio Vargas, que havia acabado de tomar posse, cuja criação do
ministério visava promover o ensino primário e combater o analfabetismo no
país.
Segundo estudo, três
em cada dez jovens e adultos de 15 a 64 anos no País — 29% do total, o
equivalente a cerca de 38 milhões de pessoas — são considerados analfabetos funcionais.
Esse grupo têm muita dificuldade de entender e se expressar por meio de letras
e números em situações cotidianas, como fazer contas de uma pequena compra ou
identificar as principais informações em um cartaz de vacinação.
Há dez anos, a taxa de brasileiros nessa situação está estagnada, como mostram dados do Indicador do Alfabetismo Funcional (INAF) 2018. Diferentemente de outras pesquisas que medem o analfabetismo, o INAF faz entrevistas domiciliares e aplica um teste específico, com questões que envolvem a leitura e interpretação de textos do cotidiano (bilhetes, notícias, gráficos, mapas, anúncios, etc.) e classifica a habilidade em cinco níveis de proficiência.
Há dez anos, a taxa de brasileiros nessa situação está estagnada, como mostram dados do Indicador do Alfabetismo Funcional (INAF) 2018. Diferentemente de outras pesquisas que medem o analfabetismo, o INAF faz entrevistas domiciliares e aplica um teste específico, com questões que envolvem a leitura e interpretação de textos do cotidiano (bilhetes, notícias, gráficos, mapas, anúncios, etc.) e classifica a habilidade em cinco níveis de proficiência.
“O
indicador tem como objetivo medir o quanto o brasileiro consegue entender e se
fazer entendido em uma sociedade letrada. Infelizmente, estamos estagnados há
muitos anos em patamar muito preocupante”, diz Ana Lucia Lima, coordenadora do INAF. Sobre os
analfabetos absolutos, a variação entre 2015 e este ano, 2018, é de 4 para 8 – não é possível determinar que
houve aumento, dizem os autores, por estar no limite da margem de erro. Mas
indica que a curva não é mais de queda nesse grupo.
“Vemos
uma mudança nessa tendência, o que é coerente com a queda de investimentos que
tivemos no País nos últimos anos na alfabetização de adultos”, afirma Roberto Catelli Júnior, da
Ação Educativa. O Plano Nacional de Educação, de 2014, prevê erradicar o
analfabetismo absoluto até 2024. "O
programa Brasil Alfabetizado do governo federal, que chegou a ter um milhão de
atendidos, tem hoje apenas 250 mil", acrescenta.
A
educação de Jovens e adultos no Brasil passa por momentos de muitos conflitos e
apesar de ser um direito mundial, percebe-se que muitas crianças, jovens e
adultos, ainda não podem ser considerados alfabetizados, devido a capacidade de
leitura e escrita serem ainda insuficientes o que faz com que eles se sintam cada
vez mais excluídos, que somada à falta de propostas de novas metodologias de alfabetização
adequadas às suas necessidades faz com que esses indivíduos se desestimulem do
aprendizado.
O
fato é que além de todos os problemas
pedagógicos existentes, a falta de orientação tecnológica como matéria básica
curricular nas escolas, está produzindo uma nova deficiência intelectual nos
jovens, o “Analfabetismo Funcional
Digital”, que é a reunião de conhecimento tecnológico irrelevante para o
desenvolvimento profissional e pessoal do jovem.
Na
atualidade, com as novas tecnologias, os jogos eletrônicos espalham-se e passam
a ser utilizados em massa pelos jovens e crianças na sociedade moderna abrindo novos
caminhos para a aprendizagem. Assim, ao integrar às palavras a cor, o som, o
movimento e atribuir-lhes uma lógica dentro do contexto do game, a aprendizagem
da composição, leitura e escrita das mesmas, da lógica que determina as
semelhanças e diferenças entre elas passa a adquirir um sentido para o aluno,
sentido este que os livros e outros materiais didáticos, por melhor elaborados
que sejam, nem sempre conseguem fazer com que o aluno entenda o conceito que se
quer transmitir.
Se esse problema de base educacional não é resolvido dá para
imaginar a questão da inclusão digital que fará com que o analfabeto
convencional aumente a estatística dos iletrados digitais.
O fato de estar ou não incluído no mundo digital é a condição
para muitos brasileiros estarem incluídos na categoria dos analfabetos funcionais que são aquelas pessoas consideradas
“off-line” (desconectadas) de determinadas ações básicas. O conceito de alfabetização
no mundo moderno, sobretudo na era da
informação tecnológica, foi ampliado, assim como o da escola que não só deve
ensinar o aluno a ler e a escrever, mas também a pensar.
Sabe-se
que a causa do analfabetismo tecnológico está associada à “exclusão digital”,
denunciada mundialmente como a forma mais moderna de ampliar as desigualdades
nas classes sociais. Os números e os efeitos são devastadores, não só econômico,
como também cultural, já que o desejo destes excluídos será o obstáculo do crescimento do mundo do
amanhã, uma vez que em termos de tecnologia o amanhã foi ontem.
O que nos leva a dizer que a responsabilidade dos governos
com essa parcela da população duplicou e tornou-se seu grande desafio, pois
além da alfabetização tradicional (ler e escrever) terão que inseri-los no
mundo digital.
Dia mundial da
alfabetização — 8 de setembro.
Fonte:
• Wikipedia.org
• jointventure.org
• lightspan.com
• alfaebeto.org
• lightspan.com
Blog Saltitando com as Palavras
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