A existência de tudo o que é vivo, em nosso planeta, depende de um fluxo de água contínuo e do equilíbrio entre a água que o organismo perde e a que ele repõe. As semelhanças entre o corpo humano e a Terra são: 70% do nosso corpo também é constituído de água. Assim como a água irriga e alimenta a Terra, o nosso sangue, que é constituído de 83% de água, irriga e alimenta nosso corpo. .
A água quando dentro do organismo tem a função de regular a temperatura corpórea, através da eliminação do suor, eliminar resíduos metabólicos, através da urina, fazer uma melhor distribuição de nutrientes pelo corpo, auxiliar no transporte de nutrientes até as células, auxiliar na prática de esportes pois ajuda a retirar o ácido lático, que causa a sensação de dor e fadiga, dos músculos.
Água para matar a sede, para melhorar a saúde e para emagrecer. Todos esses conceitos populares ajudam a pensar que quanto mais água bebemos melhor. Um recente estudo hispano-americano indica que o consumo excessivo de água até prejudica a saúde. Segundo o Centro Superior de Investigações Científicas da Espanha e o Instituto de Medicina dos Estados Unidos, "há recomendações para a quantidade diária que o corpo necessita, mas afirmar que um ser humano requer oito copos de água por dia como regra geral não tem nenhuma base científica", explicou o diretor do comitê espanhol, Alberto Casteller. .
O estudo indica que, em média, uma mulher deve ingerir diariamente uns 2,7 litros e um homem cerca de 3,7 litros. Mas nessa contagem entram todos os tipos de bebidas e até alimentos que contém água. O restante sobra. Para cada caso é preciso considerar a temperatura ambiente, o tipo de atividade diária e se há prática de exercícios físicos. Os cientistas confirmam muitos dos conhecidos benefícios da água – fortalecimento de pele, unhas e cabelos, porque hidrata e permite a eliminação de toxinas..
Mas certos mitos como o emagrecimento não tem base científica. O estudo também alerta para o perigo dessa crença. Destaca o aumento dos casos de anorexia porque muitas pessoas estão ingerindo mais água em substituição a outros alimentos. “Essa moda está se transformando em um problema grave.
Nosso corpo tem 70% do peso em água. Para uma pessoa normal beber água constantemente não tem muita transcendência, mas para certos casos pode ser um risco mortal.
Nosso corpo tem 70% do peso em água. Para uma pessoa normal beber água constantemente não tem muita transcendência, mas para certos casos pode ser um risco mortal.
Para quem tem pouco peso, há uma tendência à intoxicação por água. A redução de sódio abaixo do limite provoca tremores, confusão, perda de memória e pode haver colapso e morte”, explicou o cardiologista Juan José Rufilanchas, chefe de cirurgia da Clínica Ruber, de Madri. No processo de excesso de ingestão de água há uma reação anormal das células do cérebro.
Nos casos de anorexia que atingem entre 0,5% e 1% das mulheres de 14 a 25 anos, segundo a Organização Mundial da Saúde, há transtornos psíquicos, infecções graves, inflamações intestinais. A recomendação é de consumir água mais 45 nutrientes presentes em alimentos.
Quem tem problemas cardíacos corre o risco de sofrer edemas por beber água demais. “Os doentes cardiovasculares precisam de diuréticos para evitar água e sal. Não tem sentido beber mais, mas aumentam o consumo pela crença e modismo de que todos temos que beber mais água porque melhora a saúde”, disse Rufilanchas.
Os cientistas espanhóis e americanos usaram como exemplo a maratona de Boston de 2002 para confirmar o perigo do excesso de ingestão de água. Segundo o estudo, 488 atletas foram submetidos a um exame de sangue antes e depois da corrida. Dos que fizeram o teste e chegaram à meta à beira de um desmaio, cerca de 65% tinham baixo nível de sódio por terem bebido água demais. Médicos e cientistas, entretanto, ressaltam que água na medida certa é positiva.
A falta de hidratação afeta o metabolismo. No caso de idosos, a porcentagem corporal cai até os 50% do peso e é responsável por problemas gastrointestinais, cardiovasculares, renais, ósseos, hematológicos e endocrinológicos. Sobre a quantidade diária a beber, recomendam “ouvir o corpo”, beber quando a sede aparecer.
Para Heinz Valtin, investigador da Escola Médica Dartmouth, em New Hampshire, EUA, não existem provas científicas que sustentem essa recomendação que, segundo a sua opinião, ajudou a criar um grande mercado para a água engarrafada.
O nefrologista e autor de livros sobre o balanço hídrico humano, após dez meses de investigação diz não ter encontrado bases científicas para sustentar as opiniões populares.Num artigo publicado no American Journal of Physiology o especialista explicou que as pessoas se esquecem de que os alimentos também contêm água.
A Comissão de Nutrição e Alimentos do Conselho Nacional de Pesquisa dos EUA (Food and Nutrition Board) recomenda o consumo de cerca de um mililitro de água para cada quilocaloria (kcal) ingerida. Isso representa até dois litros de água para uma dieta média de 2.000 kcal. Mas, o Conselho Nacional de Pesquisa adverte, boa parte dessa água já está contida nos alimentos.
O interesse do investigador por desmistificar a teoria de que beber muita água faz bem nasceu da leitura de inúmeros artigos em jornais e revistas.
Valtin ficou intrigado e começou a perguntar aos colegas se conheciam estudos científicos que sustentassem as afirmações difundidas. Invariavelmente, todos os especialistas diziam não ter conhecimento.A revista científica pediu então que Valtin fizesse a revisão de todas as investigações a que tivesse acesso.
No final do trabalho o cientista concluiu que foram dadas informações erradas, ao aconselharem as pessoas a beber grandes quantidades de água quando, na realidade, a maioria delas não necessita, como por exemplo, adultos saudáveis que habitam em lugares com clima temperado e levam uma vida bastante sedentária.
No final do trabalho o cientista concluiu que foram dadas informações erradas, ao aconselharem as pessoas a beber grandes quantidades de água quando, na realidade, a maioria delas não necessita, como por exemplo, adultos saudáveis que habitam em lugares com clima temperado e levam uma vida bastante sedentária.
No entanto, ressalva o investigador, as pessoas que apresentam determinadas doenças, entre as quais cálculos renais, devem ingerir grandes volumes de água. A restante população pode beber a quantidade suficiente para controlar a sede - isso inclui a ingestão de café, chá e até de cerveja (apesar dos seus efeitos diuréticos), aconselhou Valtin.
Pacientes com alguns tipos de doença também se beneficiam da ingestão do líquido, mas, segundo um porta-voz dos cientistas, “não há dados que comprovem tais benefícios em pessoas com a saúde em equilíbrio”.
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MITOS E VERDADES
A sobrevivência de mitos ocorre pela confusão que se faz entre os conceitos de “causa” e “associação” na pesquisa médica. “Quando um fato está associado a um sintoma, não quer dizer que gere o sintoma”, explica Rachel. Elas são tão antigas que ninguém mais sabe quando ou por que surgiram.
Mas o fato é que dezenas de ideias equivocadas sobre nosso corpo e nossa saúde permanecem ano após ano em uma lista de verdades absolutas – sem que tenham qualquer fundamento. É o caso da ideia de que quase todo mundo já foi orientado a consumir oito copos de água por dia.
Mas o fato é que dezenas de ideias equivocadas sobre nosso corpo e nossa saúde permanecem ano após ano em uma lista de verdades absolutas – sem que tenham qualquer fundamento. É o caso da ideia de que quase todo mundo já foi orientado a consumir oito copos de água por dia.
O primeiro registro da recomendação é de 1945, quando o National Research Council, dos EUA afirmou que adultos deveriam tomar dois litros e meio de água diariamente. Porém, segundo os cientistas americanos, trata-se de um mito.
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A contribuir com a posição está Heinz Valtin, da Escola de Medicina Dartmouth, New Hampshire. Ele fez uma revisão na literatura médica e consultou nutricionistas em busca de evidências que justificassem o conselho. “Não encontrei nenhum suporte científico”, disse à ISTO É. O tema, entretanto, suscita debate.
O gastroenterologista Eduardo Berger, do Hospital Edmundo Vasconcelos, SP, defende a recomendação. Segundo ele, perdemos cerca de três litros de água por dia através da urina, do suor e da respiração, que devem ser repostos sob o risco de desidratação.
Há simplesmente uma falta de evidência generalizada», afirmaram os especialistas no “Journal of the American Society of Neuphrology”. Abaixo enunciamos os equívocos mais comuns sobre esse tema, publicados na “A Revista VEJA”.
.► MITO 1:
Há simplesmente uma falta de evidência generalizada», afirmaram os especialistas no “Journal of the American Society of Neuphrology”. Abaixo enunciamos os equívocos mais comuns sobre esse tema, publicados na “A Revista VEJA”.
.► MITO 1:
BEBER MUITA ÁGUA AJUDA A ELIMINAR TOXINAS DO ORGANISMO
VERDADE — A função de filtrar as toxinas do organismo é dos rins. Uma grande quantidade de água não melhora a função renal. Segundo a nefrologista Maria Eliza do Amaral Carvalho, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo: " O fato de uma pessoa ingerir muita água não faz com que seus rins filtrem mais e melhor."
.VERDADE — A função de filtrar as toxinas do organismo é dos rins. Uma grande quantidade de água não melhora a função renal. Segundo a nefrologista Maria Eliza do Amaral Carvalho, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo: " O fato de uma pessoa ingerir muita água não faz com que seus rins filtrem mais e melhor."
► MITO 2 :
PARA UMA HIDRATAÇÃO CORRETA, É PRECISO INGERIR 2 LITROS DE ÁGUA, OU 8 COPOS, POR DIA.
VERDADE — Essa recomendação não tem respaldo científico e não há prova nenhuma que a beber muita água seja benéfico para o organismo. "Muita água faz mal ao organismo" diz o nefrologista Elias David-Neto, do Hospital das Clínicas de São Paulo. A água em demasia sobrecarrega os rins e causa a eliminação excessiva de sais minerais, principalmente sódio e potássio, essenciais para o equilíbrio orgânico.Recomenda-se beber liquídos no mesmo volume de calorias consumidas.Ex:. Em uma dieta de 1200 calorias, 1,2 litro de água.
► MITO 3:
MUITA ÁGUA É SINÔNIMO DE PELE BONITA E SAUDÁVEL
VERDADE — Esse argumento não tem sentido, uma vez que a água é distribuída por todo o corpo e apenas uma parte muito pequena termina na pele - diz o médico americano Stanley Goldfarb.Mas na desidratação, por falta do consumo de água, a pele perde o viço e fica opaca e quebradiça. Isso é verdade!
► MITO 4:
ÁGUA AJUDA A EMAGRECER
VERDADE — Não. Mas ajuda a quem está de dieta. Pois engana o estômago, proporcionando um pequeno período de saciedade. "Para quem está de dieta, uma forma melhor de obter água e e saciar-se é por meio de frutas e vegetais" diz a nutricionista Suzana Bonumá, de SP.
►MITO 5:
►MITO 5:
AO PRATICAR EXERCÍCIOS FÍSICOS, É PRECISO BEBER MUITA ÁGUA PARA RECUPERAR O QUE FOI PERDIDO
VERDADE — A água em excesso provoca a diluição do sódio. É o mineral que ajuda a conduzir os impulsos elétricos para os músculos, inclusive do coração.A falta de sódio pode deflagrar dor de cabeça, desorientação e até parada respiratória.
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► MITO 6:
ÁGUA COM GÁS HIDRATA MENOS E AINDA CAUSA CELULITE.
VERDADE — A água com gás hidrata tanto quanto a sem gás. Isso vale tanto para as naturalmente gaseificadas como para as gaseificadas artificialmente. NENHUMA DELAS CAUSA CELULITE. "O que favorece a celulite é o açúcar dos refrigerantes e não seu gás", diz o dermatologista Francisco Le Voci.
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► MITO 7:
A ALTA CONCENTRAÇÃO DE MINÉRIOS DAS ÁGUAS MINERAIS PODE CAUSAR PEDRAS NOS RINS QUANDO SEU CONSUMO É FREQUENTE.
VERDADE — Não existe uma relação direta entre o consumo dessas águas e a calcificação dos sais nos rins. E isso mesmo nas regiões onde as águas são mais pesadas, obtidas de fontes ricas em sais de cálcio. Ao contrário, uma quantidade maior de água é indicada a tem propensão ao problema.
A quantidade ideal de ingestão depende de algumas variáveis, por exemplo, se o tempo está seco, se está quente ou frio, se a umidade do ar está baixa, se a pessoa faz alguma atividade física ou não. E tudo isso varia de pessoa para pessoa. Por exemplo, quem sua muito, durante o verão, vai precisar de mais água do que outra pessoa que sua menos, na mesma época.
Existe uma região no cérebro — muito inteligente — chamada hipotálamo. É lá que o organismo “sente” a concentração do sangue e a necessidade, ou não, de ingerir líquidos. A sede é o aviso do hipotálamo de que está na hora de beber água. “Nós temos um controle automático, e muito eficiente, do quanto devemos ingerir de água. Nosso organismo controla sozinho essa necessidade”, enfatiza Olzon.
Poder-se-ia dizer que a água é para nós, uma das substâncias mais simples e conhecidas da natureza. No entanto, por trás desta aparente simplicidade, ela ainda nos reserva muitas surpresas estranhas já que os cientistas continuam pesquisando para tentar desvendar todos os seus segredos. Sem comer uma pessoa pode viver até 45 dias, mas sem beber muitas pessoas não vivem mais de uma semana. Enquanto continuamos secos por uma resposta, o que vale mesmo é usar o bom senso e respeitar os sinais do corpo.
► ► Lembre-se de que antes de tomar qualquer decisão que envolva seu corpo e sua saúde, é indispensavel ouvir seu médico de confiança. ◄ ◄
Os Benefícios e Problemas ao Beber Muita Água.
Fonte: Revista Veja e Pesquisa na internet
http://saltitandocomaspalavras.blogspot.com/
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