A Conscientização,
a Prevenção e o Combate ao Câncer de Próstata representa o tema da campanha do Novembro Azul realizada
por diversas entidades no mês de novembro que foi escolhido para lembrar da importância
dos exames de prevenção ao Câncer de Próstata, já que o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata
é comemorado no dia 17 de novembro.
Mediante diversas ações pelo
país, como atividades em estádios, palestras informativas, campanhas de saúde e
pontos turísticos, monumentos e locais públicos de grande visibilidade,
em todo o País, ganham iluminação
especial, em referência ao Novembro Azul que está para os homens, assim como o Outubro Rosa está para as
mulheres.
Segundo a Sociedade Brasileira
de Urologia (SUB), o Câncer de Próstata é ainda mais
incidente que o Câncer de Mama das Mulheres, porque a maioria dos homens ainda
se mostra bastante resistente quando o assunto é cuidar da saúde e, portanto, convencê-los
de que a prevenção é o melhor caminho para viver mais e melhor é um desafio que
atravessa gerações.
Vale citar que uma pesquisa
realizada no mês de maio de 2013 pela SBU com 5 mil homens revelou que 47%
deles nunca fizeram o exame de toque retal, fundamental para detectar o câncer
de próstata. Ao tomarem essa atitude, eles engrossam o número de possíveis
acometidos pela doença, que atinge todos os anos no Brasil cerca de 60 mil
homens, levando a óbito mais de 10 mil.
De
acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(INCA), a detecção da doença em estágios iniciais aumenta em 90% as chances
de cura. A recomendação do Ministério da
Saúde é de que os exames preventivos
de toque e PSA sejam realizados anualmente por todos os homens a partir dos
50 anos, exceto em casos de fatores de risco, que são: obesidade, histórico
familiar da doença e etnia negra, nestes casos, a prevenção deve ser iniciada aos 45 anos.
- Origem
O movimento surgiu na
Austrália, em 2003, denominado Movember, cujo nome tem origem na junção das
palavras inglesa, moustache (bigode, em português) e november (novembro, em
português), cujo objetivo é sensibilizar e conscientizar o público masculino em
relação aos cuidados preventivos e à importância da realização dos exames
periódicos relacionados ao câncer de próstata, tornando-se oficial o dia 17 de
novembro como o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata.
Vários países adotaram a
campanha e o Novembro
Azul , em muitos deles, representa mais do que uma simples campanha de
conscientização. Há reuniões entre os homens com o cultivo de bigodes — ao
estilo Mario Bros—, símbolo da campanha, onde são debatidos, além do câncer de
próstata, outras doenças como o câncer nos bagos, depressão masculina e o
cultivo da saúde do homem, entre outros.
No Brasil, a
campanha ganhou destaque em 2002, tornando-se referência na missão de orientar os
homens a cuidarem melhor da saúde. O Novembro Azul foi criado no Brasil pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, que busca promover uma mudança de paradigmas em relação à ida do homem ao urologista
e à realização do exame de toque.
Em 2014, o Instituto realizou 2.200 ações em todo o
Brasil, com a iluminação de pontos turísticos, como: Cristo Redentor, Congresso
Nacional, Teatro Amazonas, Monumento às Bandeiras, também logrou a adesão de celebridades, entre
outras, Zico, Emerson Fittipaldi e Rubens Barrichello, ativações em estádios de
futebol, corridas de rua e autódromos, além de palestras informativas, intervenções
em eventos populares e pedágios nas estradas.
- O que é Próstata?
A próstata é uma glândula
auxiliar do sistema genital masculino, localizada na frente do reto e embaixo
da bexiga urinária. O tamanho da próstata varia com a idade. Em homens mais
jovens, tem aproximadamente o tamanho de uma noz, mas pode ser muito maior em
homens mais velhos.
A função da próstata é produzir
o fluído que protege e nutre os espermatozoides
no sêmen, tornando-o mais
líquido. Logo atrás da próstata, estão as glândulas denominadas vesículas
seminais, que produzem a maior parte do fluido para o sêmen. A uretra, que transporta
a urina e o sêmen para fora do corpo através do pênis, atravessa o centro da
próstata.
A próstata começa a se
desenvolver antes do nascimento, aumentando pouco durante a puberdade,
estimulada pelos hormônios masculinos, denominados andrógenos no corpo. O
principal andrógeno é a testosterona, que é produzida nos testículos. A enzima
5-alfa reductase converte a testosterona em diidrotestosterona (DHT). A DHT é o
principal hormônio que sinaliza a próstata a crescer.
A próstata cresce lentamente ou
permanece aproximadamente do mesmo tamanho em adultos, enquanto existirem
hormônios masculinos.
A próstata é uma glândula que
só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. Ela é um órgão
muito pequeno, tem a forma de maçã e se situa logo abaixo da bexiga e à frente
do reto. A próstata envolve a porção inicial da uretra, tubo pelo qual a urina
armazenada na bexiga é eliminada. A próstata produz parte do sêmen, líquido
espesso que contém os espermatozóides, liberado durante o ato sexual.
- O Câncer de Próstata
Também denominado
Carcinoma da Próstata, , é uma neoplasia que tem seu desenvolvimento na
próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino. Localizada logo abaixo
da bexiga, tem a forma de uma noz e envolve a parte inicial da uretra. A função
da próstata é fabricar o líquido que é eliminado junto com o espermatozóide,
durante o ato sexual. Esse líquido é muito importante para manter a vitalidade
dos espermatozóides na hora da fecundação.
A maioria dos cânceres de
próstata é de crescimento lento, no entanto, alguns crescem relativamente
rápido. As células cancerosas podem espalhar-se a partir da próstata para
outras partes do corpo, particularmente os ossos e os linfonodos.
As taxas de incidência deste tipo de
carcinoma variam amplamente no mundo: o câncer é menos comum no sul e leste da
Ásia e mais comum na Europa e nos Estados Unidos que representa a segunda maior
causa de mortes masculinas por câncer, atrás somente do câncer de pulmão. O
câncer é menos comum entre homens asiáticos e mais comum entre homens negros.
No Brasil, o Câncer de Próstata
é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele
não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o
mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Sua
taxa de incidência é cerca de seis vezes maior nos países desenvolvidos em
comparação aos países em desenvolvimento.
Mais do que qualquer outro
tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos
dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas
de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos
métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de
informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.
Muitos fatores, como a genética
e estilo de vida têm sido relacionados
ao desenvolvimento do câncer de próstata,
bem como uma alimentação inadequada à base de gordura animal e pobre em
frutas, legumes, verduras e grãos também podem interferir no surgimento da
doença.
Este é um tipo de câncer que
demora a se manifestar e exige exames preventivos de acordo com a orientação do
urologista. Vale acrescentar que, mais do que qualquer outro tipo, o câncer de
próstata é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três
quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.
- Prevenção
Ainda não existe uma vacina ou
uma medicação que previna o Câncer de
Próstata, porém pesquisas mostram que alguns hábitos alimentares
saudáveis podem ajudar a prevenir esta doença, bem como outras doenças. Para
tal, é recomendada a ingestão de pouca gordura animal, grande quantidade de
vegetais (verduras, legumes e frutas), além do consumo de chá verde, das
vitaminas A e D, de selênio (presente na castanha do Pará), e de tomate — fonte
de licopeno.
Vale citar que essa alimentação
apenas previne, mas não evitam
completamente o Câncer de Próstata. Na
verdade, o que pode possibilitar a cura, em cerca de 90%, é a detecção dessa
neoplasia precocemente, através dos exames preventivos que são realizados uma
vez por ano, conforme a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) que recomenda após os 45 anos de idade, sendo
antecipado para 40 anos caso o homem tenha um familiar com câncer de próstata.
Para a detecção do câncer de
próstata, o urologista além de solicitar o exame
toque retal, que é rápido e indolor, para avaliar o volume, consistência, presença de irregularidades, limites, sensibilidade e mobilidade da próstata, também pedirá o PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico) que funciona como um complemento ao toque retal pode diagnosticar qualquer tipo de alteração.
toque retal, que é rápido e indolor, para avaliar o volume, consistência, presença de irregularidades, limites, sensibilidade e mobilidade da próstata, também pedirá o PSA (sigla em inglês para antígeno prostático específico) que funciona como um complemento ao toque retal pode diagnosticar qualquer tipo de alteração.
Os dois exames
bastam para diagnosticar o câncer, que deve ser confirmado por biópsia
prostática, por meio de ultra-som trans retal. O médico ainda pode recorrer a
outros métodos que complementam o diagnóstico, como: Exame de urina; exame de
sangue para verificar o comprometimento
da função renal e ultra-sonografia que
avalia a forma e densidade da próstata.
É importante ainda lembrar que
o Câncer de Próstata
é assintomático em sua fases inicial, portanto, a pessoa não sente nenhum sintoma e sentirá
dor ou dificuldade de urinar quando a doença já estiver avançada. A idade é um
fator de risco importante para o Câncer de Próstata,
uma vez que tanto a incidência como a mortalidade aumentam significativamente
após os 50 anos.
Pai ou irmão com câncer de
próstata antes dos 60 anos pode aumentar o risco da doença de 3 a 10 vezes
comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos
(hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas
famílias.
- Sintomas
Em sua fase inicial, o Câncer da Próstata
pode não exibir sintomas, mas em estágios mais avançados pode causar
dificuldade para urinar, presença de sangue na urina ou dor na pelve, costas ou
ao urinar. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando
apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade
de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou a noite). Na fase
avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave,
infecção generalizada ou insuficiência renal.
Os sinais clínicos são muito
semelhantes aos da hiperplasia (aumento de tamanho) benigna da próstata. Outros
sintomas tardios podem incluir sensação de cansaço devido aos baixos níveis de
células vermelhas no sangue e disfunção erétil.
- Tratamento
A forma de tratamento adequada
depende da idade do paciente, da expectativa média de vida, do estágio da
doença (se localizada ou avançada) e principalmente da escolha do paciente
frente às opções possíveis.
Com o tempo, a próstata de todo homem crescerá
(hiperplasia prostática benigna) e pode obstruir parcialmente a uretra,
causando dificuldade no esvaziamento da bexiga. Os pacientes com sintomas leves
devem realizar acompanhamento anual com um urologista. Já os que apresentam
sintomas moderados, iniciam o tratamento com medicamentos. Quando o paciente
apresenta um estágio mais avançado, e não responsivo ao tratamento
medicamentoso, a cirurgia é indicada.
Conforme o tumor cresce, há
dificuldade de urinar; o jato de urina fica mais fraco; aumenta a frequência
das micções, especialmente à noite; há dor ou ardência no ato de urinar ou na
ejaculação; e um pouco de sangue pode aparecer na urina ou no sêmen.
A idade e saúde do homem, assim
como a extensão da dispersão das células, aparência sob análise microscópica e
resposta do câncer ao tratamento inicial são importantes em determinar o
desfecho da doença, porém o tratamento adequado deve ser individualizado para
cada paciente, levando-se em conta o estágio do tumor e outros fatores clínicos,
principalmente da escolha do paciente ou da família frente às opções possíveis.
Para doença localizada,
cirurgia, radioterapia e até mesmo observação vigilante (em algumas situações
especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia
ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para
doença metastática (quando o tumor original já se espalhou para outras partes
do corpo), o tratamento de eleição é a terapia hormonal.
Para pacientes mais idosos e
tumores menos agressivos, pode-se também acompanhar o paciente rigorosamente e
tratar apenas se o tumor mostrar sinais de alteração em sua agressividade. A
decisão da melhor forma de tratamento deve ser tomada em conjunto entre o médico,
o paciente e a sua família, sempre levando em conta os riscos e os benefícios.
Em uma fase mais avançada, o Câncer de Próstata
pode causar dores nos ossos, infecções generalizadas e até insuficiência
renal e, em alguns casos, a remoção total da próstata torna-se necessária.
Entre 20% a 50% dos homens
perdem a capacidade de obter uma ereção
dentro de um a dois anos após o tratamento (impotência geralmente não começa logo após o tratamento). Acredita-se que, ao longo do tempo, a radiação tem um preço gradual sobre os nervos e vasos sanguíneos que controlam a ereção. Esse é um dos motivos pelos quais a prevenção é tão importante.
dentro de um a dois anos após o tratamento (impotência geralmente não começa logo após o tratamento). Acredita-se que, ao longo do tempo, a radiação tem um preço gradual sobre os nervos e vasos sanguíneos que controlam a ereção. Esse é um dos motivos pelos quais a prevenção é tão importante.
Assim, o que não pode ser
ignorado, além de uma alimentação saudável é o preconceito e a falta de conscientização
sobre a importância da realização regular dos exames de prevenção — maior razão
para o diagnóstico da doença em estágio avançado — contra o câncer de próstata,
independente do mês e do ano, pois
segundo especialistas, a mortalidade está intimamente ligada ao diagnóstico
tardio, já que o câncer de próstata cresce lentamente, portanto, quando
detectado precocemente, há grandes chances de cura.
- O que pensa a Organização Mundial da
Saúde (OMS)
De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), a Detecção Precoce
de um Câncer compreende duas
diferentes estratégias: uma destinada ao diagnóstico em pessoas que apresentam
sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas
sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento).
A decisão do uso do
rastreamento do Câncer de Próstata por meio da realização de exames de rotina
(geralmente toque retal e dosagem de PSA) em homens sem sinais e sintomas
sugestivos de câncer de próstata, como estratégia de saúde pública, deve se
basear em evidências científicas de qualidade sobre possíveis benefícios e
danos associados a essa intervenção.
Por existirem evidências
científicas de boa qualidade de que o rastreamento do
câncer de próstata produz mais dano do que benefício, o Instituto Nacional de Câncer mantém a
recomendação de que não se organizem programas de rastreamento para o Câncer da Próstata
e que homens que demandam espontaneamente a realização de exames de
rastreamento sejam informados por seus médicos sobre os riscos e provável
ausência de benefícios associados a esta prática.
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