
Pois é, conselhos, algumas vezes ajudam, entretanto, não são para serem seguidos ao pé-da-letra, mas sim ouvidos e avaliados, que adicionados ou não à bagagem de cada um podem até auxiliar a lidar melhor com algumas questões e dificuldades.
Na verdade, bons conselhos não incomodam por que nos
levam a questionar e até avaliar todos os lados da questão, entretanto é bom lembar que conselho é como o vinho, depende muito de sua procedência.
O fato é que não podemos ignorá-los, já que certos conselhos, dependendo do momento, valem mais do que dinheiro... Não acredita? Pois então leia a fábula abaixo.
O fato é que não podemos ignorá-los, já que certos conselhos, dependendo do momento, valem mais do que dinheiro... Não acredita? Pois então leia a fábula abaixo.
“Um casal de
jovens recém-casados era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Certo dia, o marido fez a seguinte proposta à
esposa:
— Querida, vou
sair de casa, viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter
condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei
quanto tempo vou ficar longe, só peço-lhe uma coisa: que você me espere e,
enquanto estiver fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você.
Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a
pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para
ajudá-lo em sua fazenda. O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que
foi aceito.
Pediu para fazer
um pacto com o patrão, o que também foi aceito. O pacto era o seguinte:
— Deixe-me
trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o senhor me
dispensará de minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário. Peço-lhe
que o coloque um uma poupança, até o dia em que eu for embora. No dia em que eu
sair, o senhor me dará o dinheiro e eu seguirei o meu caminho.
Tudo combinado.
Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso. Depois de vinte anos, chegou ao patrão e lhe
disse:
— Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou
voltando para a minha casa.
O patrão então lhe respondeu:
— Sem dúvida,
afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo.
Só que antes
desejo fazer-lhe uma proposta. Eu lhe dou todo o seu dinheiro e você vai
embora, ou eu lhe concedo três conselhos e não lhe dou nenhum dinheiro, devendo
você partir. Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos e se eu lhe
der os conselhos eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e
depois me dê a resposta.
Ele pensou
durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe:
— Quero os três
conselhos.
O patrão novamente frisou:
— Se lhe der os
conselhos, não lhe darei o dinheiro.
E o empregado respondeu:
– Quero os conselhos.
O patrão então lhe falou:
1. Nunca tome atalhos em sua vida. Caminhos
mais curtos e desconhecidos podem custar-lhe a própria vida;
2. Nunca seja curioso para aquilo que é mal,
pois a curiosidade pelo mal pode ser-lhe mortal;
3. Nunca tome
decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você poderá se arrepender e será
tarde demais.
Após dar os conselhos, o patrão disse ao
rapaz, que já não era tão jovem assim:
— Aqui você tem três pães, dois para você
comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar a
sua casa.
O homem, então,
seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que
ele tanto amava.
Após o primeiro dia de viagem, encontrou um
andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou:
— Para onde você
vai?
Ele
respondeu-lhe:
– Vou para um
lugar muito distante que fica a mais de 20 dias de caminhada por esta estrada.
O andarilho disse-lhe então:
– Rapaz, este
caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é perfeito e você chegará em
poucos dias.
O rapaz,
contente, começou a seguir pelo atalho, quando se lembrou do primeiro conselho. Então, voltou e seguiu o
caminho normal. Dias depois, soube que o atalho levava a uma emboscada.
Depois de alguns
dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde se
hospedou. Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.
De madrugada,
acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de sobressalto e
dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta,
lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.
Ao amanhecer,
após tomar seu café, o dono da hospedagem perguntou-lhe se ele não havia ouvido
um grito ao que ele disse que ouvira. O hospedeiro disse-lhe:
— E você não
ficou curioso?
Ele lhe disse
que não, no que o hospedeiro respondeu-lhe:
— Você é o
primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura. Grita
durante a noite e quando o hospede sai, mata-o e enterra-o no quintal.
O rapaz
prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar em sua casa. Depois de
muitos dias e noites de caminhada, já ao entardecer, viu entre as árvores a
fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua
esposa.
Estava
anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só. Andou mais um pouco e viu
que ela tinha em seus braços um homem a quem estava acariciando os cabelos. Quando
viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se correr
de encontro aos dois e matá-los sem piedade.
Respirou fundo,
apressou os passos, quando se lembrou do terceiro conselho. Então, parou,
refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma
decisão.
Ao amanhecer, já
mais calmo, pensou consigo: "Não vou
matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir-lhe
que ele me aceite de volta. Mas antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre
fui fiel a ela".
Dirigiu-se à
porta da casa e bateu. Quando a esposa abriu a porta e o reconheceu, atirou-se
ao seu pescoço, abraçando-o afetuosamente.
Ele tentou
afastá-la, mas não conseguiu. Então, com lágrimas nos olhos, ele lhe disse:
– Eu fui fiel a
você e você me traiu.
Ela, espantada,
responde-lhe:
– Como? Eu nunca
te trai! Esperei-te durante esses vinte anos!
Ele, então,
perguntou-lhe:
– E aquele homem
que você estava acariciando ontem ao entardecer?
Ela lhe disse:
– Aquele homem é
nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está
com 20 anos de idade.
Então, o marido
entrou, conheceu, abraçou seu filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto
a esposa preparava o café. Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último
pão.
Após a oração de
agradecimento, com lágrimas de emoção, ele partiu o pão e, ao abri-lo,
encontrou todo o seu dinheiro, o pagamento por seus 20 anos de dedicação e
trabalho.
VALE A PENA REFLETIR:
♦ Muitas
vezes achamos que um atalho "queima etapas" e nos faz chegar mais
rápido, o que nem sempre é verdade;
♦ Algumas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que
nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará;
♦
Outras vezes,
agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois.
E para terminar,
aquele conselhinho básico: Não esqueça de ler e reler esses três conselhos e tampouco esqueça
de CONFIAR, mesmo que a vida já tenha
lhe dado motivos para ficar com a pulga atrás da orelha...
Autor:
desconhecido
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