Ano Novo! Treine suas Habilidades e Supere-se!


Diariamente vemos histórias de famosos e anônimos que transformaram problemas em solução.

Mas,  como fazer do limão uma deliciosa limonada?

Como superar as próprias limitações e adquirir uma visão mais positiva das coisas e de si mesmo?

Segundo o psicólogo e terapeuta comportamental Michel Indalécio Souza: “A espécie humana é preparada para evoluir, superar barreiras ambientais, sair do amargor-dor-sofrimento, fase que vai mobilizá-la e prepará-la para uma saída, uma nova adaptação para a vida. É uma busca por respostas que tragam um equilibrio de satisfação, felicidade, prazer, saciedade, não-dor.”

A superação é para o bem e está em tudo o que fazemos, na visão de José Luiz Tejon, publicitário e mestre em Arte e Cultura, entre vários títulos, e palestrante top five brasileiro.


“A movimentação da sociedade nos impulsiona a enfrentar obstáculos de variados tamanhos. E um ingrediente essencial é que cada um se permita expenciar (abrir-se às experiências da vida), para encontrar em si mesmo papéis, dons, vocações, capacidades que poderiam ficar sufocados”, reforça o palestrante que tem orgulho de ter vivido até os 20 anos em Santos, porta de entrada dos imigrantes e rico polo cultural, comercial e política na época —  um ambiente propício a experimentações de afeto, cultura, arte, civilidade e criação de valores como honrar o trabalho.

“Para superar, também é necessário desprender-se do passado e entrar num point of no return (ponto em que não há volta) Pois ninguém permanece mais o mesmo num pós-trauma. Ou melhoramos ou pioramos. Por isso, educar nossos filhos para a superação será cada vez mais importante no mundo contemporâneo”, alerta Tejon.

Veja, agora, algumas lições reunidas pelos especialistas:

♦ Dê cinco passos
Superar tem 5 passos básicos, segundo Tejon:

Resgate →  É difícil alguém sair sozinho de um trauma, é essencial pedir ajuda, acolhimento (um abraço e outras formas de afeto ajudam);

Reeducação → Adaptar-se à nova situação, aprender coisas novas, para criar dignidade a partir de si mesmo;

Reinserção → Não pode ficar isolado da sociedade;

Liberação → Quando já esquece o fato ocorrido e caminha bem.

“Meu amigo João Carlos Martins era um tremendo pianista que não pôde continuar tocando por razões de saúde. Quase tudo mudou na vida dele, exceto o amor à música. Estudou regência e é um homem feliz”, relata o palestrante.

♦ Abaixo o coitadismo!
Uma grande vilã da pretensa falta de capacidade das pessoas em transmutar situações desfavoráveis é a vitimização, opina Alessandra Vernier Busato, advogada, sócia da Vernier & Busato Consultaria Jurídica

“Vivemos numa cultura em que o coitadismo tem um olhar extremamente benevolente e, diria até, caridoso. Costumeiramente ouvimos falar: “Ah, o coitado não teve oportunidades, viveu uma infânica difícil, faltou sorte, precisou cuidar do pai doente, sofreu preconceito...E por aí vai — o que faz muita gente se esconder atrás de tais razões”, continua a advogada. 

♦ Afaste os fantasmas
Há um favorecimento, inclusive social, que sufoca o instinto de superação, na visão de Alessandra.

Ela alerta: “Quem terceiriza a responsabilidade pelas escolhas e a forma de ver o mundo alivia a culpa por permanecer no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas. Tais mecanismos são, para nós que trabalhamos com quebra de paradigmas, poderosos fantasmas cotidianos da zona de conforto e autossabotagem. Tenho clientes que só aprendem a se superar depois de um terrível divórcio. Em nome do amor e do comodismo, deixaram nas mãos do ex-marido toda a sua vida. Só recomeçam depois que descobrem, à beira do precipício, que sua situação patrimonial e financeira é calamitosa. E, assim, provam a si mesmas quanto sempre foram capazes e mal sabiam”.

♦ Continue agindo
O que você fizer na paralela ao trauma também será determinante para sua felicidade”, sugere Tejon.

“Digamos que enfrente um câncer. Quando ficar curado, o que fez por si mesmo e pelos outros até que esse sofrimento acabasse será utilíssimo para seguir em frente. É como fazer a superação da superação. O maestro Martins, por exemplo, leva crianças da periferia para ver espetáculos de música em Nova York”.

♦ Chega de sofrer!
O coach pessoal e profissional Claudio Diniz incentiva a querer sofrer menos, mudando o foco do problema para o das oportunidades.

“Muitos de nós crescemos ouvindo dos pais e avós longos dicursos à mesa sobre o quanto foi difícil para eles conseguirem as coisas que têm ou nos deram, nos condicionando a pensar que o trabalho fácil e prazeroso é moeda sem valor”.

Verdade que a vida foi mais restritiva para as geraçõs anteriores e o olhar sempre esteve nas dificuldades. Quem conseguiu resultados melhores era sortudo ou tinha nascido virado para a lua, nunca digno de respeito nem modelo de conduta.

♦ Seja mais flexível
Para escapar dos efeitos dessa cultura pró-sofrimento, ajuda bastante se perguntar o que quer, como quer, onde quer estar.

E não ser inflexível em relação ao caminho, pois existem várias maneiras de alcançar melhores resultados. Muitas vezes, será preciso assumir riscos, dar os primeiros passos, para só aí clarear quais serão os seguintes. Quem ficar muito preso a um método corre o risco de limitar as alternativas ou de ter uma visão míope.”

♦ O não você já tem
A literatura aponta que a História de um povo ou nação e a sua cultura ajudam na superação das barreiras e desafios. É o caso da transformação da Alemanha e do Japão pós-guerra.

“A autoeficácia vem de tentativas e mais tentativas, pensamentos, até de devaneios e deduções. Quando tudo isso está livre das amarras cognitivas do não, direciona a caminhos criativos.

É preciso acreditar que sim, assim como é necessário fazer! Colocar algo em prática, dentro da sua condição. Estudou muito. Adaptou sua sensibilidade para a música. Ele deve ter pensado em desistir várias vezes, culpado todos e a vida pela cegueira. Mas persistiu, procurou fazer seu melhor”, analisa Michel Indalécio Souza.

♦ XÔ, crenças limitantes
“No consultório, ajudamos nessa transposição, porque muitas vezes os pacientes criam armadilhas de superação, que atraem frustrações e paralisação. Já que é tão alto, por que vou tentar subir? Tão pesado que não posso carregar! Muito difícil, não vou passar”, exemplifica o psicólogo.

“Há ainda pessoas que não se destacam, ficando na média, na zona de conforto, por acharem que suas vitórias ofuscarão a galera ou as deixarão expostas a críticas e rejeições”, acrescenta Claudio.

Vale a pena mudar o mindset (modelo mental) e repetir a si mesmo que o sucesso é para você, que ganhar dinheiro é para você, que tem força interior para alcançar o que desejar, que é merecedor de crédito e apoio.

“Sem se preocupar tanto com o que os outros vão pensar, nem receio de parecer ridículo ou incopetente”, orienta o coach.

Assumir a responsabilidade pela própria vida é o primeiro passo para transformar seu fel em mel.

Assim, há duas maneiras de você enxergar qualquer situação. Como problemas e tragédias ou oportunidades e experiências. Escolha o seu lado e treine sua habilidade de superação.



Ano Novo! Treine suas Habilidades e Supere-se!
Fonte: Atrevista, 16/02/2014
Blog Saltitando com as Palavras


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