Apesar de muitas dessas expressões serem conhecidas e fazerem parte do final das fábulas como “Moral da história”, muitas vezes repetimos sem sequer percebermos seu significado.
Hoje, tomamos como exemplo, a clássica fábula da Raposa e as Uvas reescrita muitas vezes ao longo dos séculos, por grandes nomes como Esopo, La Fonteine, Millôr Fernandes, Monteiro Lobato, entre outros, cuja narrativa é protagonizada pela Raposa, que é conhecida no universo das fábulas pela sua esperteza, mas nesta narrativa se depara com um obstáculo o qual não consegue superar, mostrando ao leitor a cobiça, a inveja e a frustração.
Quem desdenha quer
comprar, é empregado para dizer que muito desprezo pode ser sinal de
desejo escondido, ou seja, quando a pessoa deseja MUITO algo e não pode
obtê-lo, acaba falando mal, fingindo fazer pouco caso.
Confira abaixo a Fábula de Esopo — A Raposa e as uvas
Era um dia morno de verão e uma raposa passeava aproveitando a luz do sol, até que passou por uma videira.
Cachos suculentos de uvas estavam pendurados, prontos para
serem retirados e comidos.
A raposa estava com sede, e quando viu as uvas, ficou com vontade de comê-las na mesma hora.
Ela andou alguns passos para trás e depois deu impulso e pulou para cima e quase conseguiu alcançar um cacho de uvas.
“Vou tentar de novo,” pensou a raposa. Ela deu alguns passos para trás, contou até três, correu e pulou novamente, mas ainda assim não conseguiu pegar as uvas.
“Terceira vez, dessa vez vou ter mais sorte!”, disse a raposa e pulou pela terceira vez. Mas ainda não conseguiu alcançar. E ela tentou mais uma vez, e mais outra e mais outra, e foi assim até que ela ficou muito cansada sem conseguir pular mais.
A raposa pensou um pouco, colocou seu focinho no ar e disse para si mesma:
“Sabe de uma coisa, essas uvas estão azedas mesmo! Tenho
certeza!”.
Moral da história:
É notório que a atitude
de desprezo da raposa, no fundo, é sinal de desejo dissimulado diante da
impossibilidade de ter o objeto do seu desejo— as uvas. Assim, a vaidade não
lhes permite respeitar e aceitar as próprias limitações, fazendo com que
despreze e critique as coisas que não consegue conquistar. Daí o famoso “Quem
desdenha quer comprar”.
Tags: Raposa, uvas,
videira, parreira, azedas, Esopo, La Fonteine, Millôr Fernandes, MonteiroLobato.